Câncer de Próstata

Câncer de Próstata

O câncer de próstata (CAP) é o segundo tipo de neoplasia mais comum entre os homens, superado apenas pelo câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), quase 70 mil novos casos de câncer de próstata são diagnosticados por ano.
Em aproximadamente 90% dos casos o CAP é assintomático, ou seja, não gera qualquer sintoma no paciente. Os sintomas surgem apenas numa fase mais avançada da doença, geralmente. São eles: sangramento na urina ou na ejaculação, jato urinário fraco, dor pélvica e sintomas associados ao esqueleto devido à ocorrência de metástases, como dor óssea ou fraturas.

 

Diagnóstico

O exame de toque retal e fornece ao urologista informações importantíssimas sobre a zona periférica da próstata (região em que se encontram mais de 70% das lesões tumorais). Associado ao toque, a dosagem sanguínea do PSA (antígeno prostático específico), é um importante marcador que auxilia o urologista no diagnóstico e aumenta a taxa de detecção precoce do câncer.

A Ressonância Magnética Multiparamétrica da próstata pode ser utilizada para fornecer informações da lesão suspeita e se há ou não acometimento extra-prostático.
Entretanto, o diagnóstico definitivo é obtido por meio da biópsia.
Habitualmente, a biópsia da próstata é indicada quando o urologista suspeita de um CAP após avaliação clínica e laboratorial inicial (com PSA e toque retal, descritos acima).
É um procedimento realizado com auxílio de um aparelho de ultrassonografia, inserido por via transretal ou transperineal, que permite ao urologista visualizar a glândula prostática e retirar fragmentos da mesma através de uma agulha. Estes fragmentos são enviados para análise de um médico patologista, que irá confirmar ou não o diagnóstico de câncer.
A biópsia de próstata é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico, que deve ser precoce para aumentar as chances de cura!

Tratamento

A cirurgia é uma das principais modalidades que pode ser usada para o tratamento da doença localizada e localmente avançada. Entretanto, outras modalidades de tratamento como radioterapia e braquiterapia, com ou sem bloqueio hormonal, também podem ser usados para tratamento primário do câncer de próstata.

A cirurgia

Na cirurgia, são retiradas em conjunto a próstata e as vesículas seminais. Em alguns casos, também pode ser indicada a linfadenectomia (ressecção dos gânglios) da região pélvica. Após a retirada da próstata, é realizada a reconstrução através de pontos reconectando a bexiga e a uretra (anastomose), para permitir o retorno à micção normal após a recuperação pós operatória.
A cirurgia pode ser feita por via minimamente invasiva (robótica ou laparoscópica) e aberta.
Atualmente damos preferência a via minimamente invasiva, principalmente a técnica robótica, onde temos as seguintes vantagens:

– Recuperação pós-operatória mais rápida, com menor tempo de hospitalização
– Retorno precoce às atividades diárias
– Menor perda sanguínea, com consequente redução das taxas de hemotransfusão
– Redução da dor pós-operatória
– Realização do procedimento através de pequenos cortes no abdômen
– Magnificação da imagem com visualização em 3D e alta definição, além de filtragem dos tremores da mão humana, o que permite uma cirurgia de melhor qualidade

IMAGEM 4 CANCER DE PROSTATA

Cuidados pós operatórios


O paciente geralmente vai para casa após 1 ou 2 dias da cirurgia, utilizando uma sonda vesical (cateter inserido pelo pênis até a bexiga, com objetivo de drenar a urina), que será retirada após 7 a 10 dias, em consultório.
É necessário repouso nos primeiros dias, hidratação adequada e alimentação balanceada.
Após o resultado da biópsia (todo o tecido retirado na cirurgia é enviado a análise final do patologista), este será analisado pelo Urologista e orientado ao paciente os próximos passos do seu acompanhamento, que será feito com dosagens periódicas do PSA em consultório.
É importante manter o acompanhamento adequado após o tratamento, pois em alguns casos pode haver recidiva da doença sendo necessário tratamento complementar.

Riscos da cirurgia e complicações pós-operatórias


As principais complicações são a incontinência urinária (perda involuntária de urina, principalmente aos esforços), disfunção erétil ou estenose de uretra (estreitamento no canal da urina). Após a cirurgia, a ejaculação passa a ser seca, porém o orgasmo é preservado.
No pós-operatório os pacientes são orientados a realizarem fisioterapia (para fortalecimento do assoalho pélvico evitar incontinência) e utilizarem medicações para disfunção erétil.
Se tratando de uma cirurgia abdominal, podem também ocorrer, mais raramente (menos de 1% dos casos), complicações urinárias, vasculares ou intestinais.
É importante ressaltar que as chances de cura são altas quando o tumor é localizado, ou seja, está somente na próstata e ainda não se espalhou para outros órgãos, o que mais uma vez reforça a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce.

Outros tipos de tratamento


Existem outros tipos de tratamento que podem ser utilizados no CAP, a depender do quadro clínico do paciente e do estágio da doença, entre eles: radioterapia, braquiterapia, orquiectomia (retirada dos testículos – mais usado em casos avançados, já com metástases) ou tratamento sistêmico com bloqueio hormonal. A decisão do melhor tratamento é sempre compartilhada entre o médico, paciente e sua família.

Procure seu Urologista, o diagnóstico precoce salva vidas!